São apenas cento e vinte quilômetros que separam a metrópole Santiago da tranquilidade de Valparaiso. Seria um dia bastante cansativo, porque teria que visitar duas cidades e voltar para Santiago à noite. Levantei bem cedo, fui de metrô até a Estação Rodoviária de Santiago, já que a melhor opção era seguir de ônibus. A descida pela serra chilena é incrível, tendo como cenário a Cordilheira dos Andes.
A cidade de “Valpa”, como é chamada pelos chilenos, se caracteriza por ser uma cidade que resvala dos morros em direção ao mar. São 42 morros e colinas na cidade.
A vista do mar a partir destes morros é outro destaque a parte, assim como o principal porto do país. Centro histórico tombado pela UNESCO, oferece uma arquitetura colonial charmosa, com muitos restaurantes de frutos do mar, mercados e lojas.
Minha intenção em Valpa era conhecer a casa do grande poeta Pablo Neruda, que em 1971 recebeu o Prêmio Nobel de Literatura.
Da rodoviária de Valpa, peguei um ônibus (urbano), que me deixou a poucos metros da casa onde viveu o poeta.
A Casa-Museu chamada “La Sebastiana” foi o refúgio do poeta que queria fugir do cansaço que Santiago lhe trazia. Ele queria uma casa que não estivesse nem muito acima e nem muito abaixo da cidade, que deveria ser solitária, mas não em excesso e o desejo de que seus vizinhos fossem invisíveis.
A vista de lá é incrível, se vê toda a cidade e ao fundo as águas do Oceano Pacífico, a casa guarda objetos pessoais, mobílias dentre outras coisas do poeta. São cinco andares de muitas histórias. Há guias especializados para contar um pouco mais sobre a vida, a obra e a casa do grande poeta.
Saí de lá e comecei a descer as imensas ladeiras, pois devido à inclinação dos morros, muitos setores afastados da cidade são inacessíveis por meios de transporte coletivo. É por isso que os populares ascensores (espécie de funicular) cumprem a função de comunicar a parte alta da cidade com a borda costeira, ademais de serem fortes referências turísticas. No total são quinze ascensores.
Outro detalhe interessante, são as casas, todas coloridas. Cada casa sempre tem um detalhe diferente uma da outra, seja a cor da porta, da janela, ou do telhado. Porém, o que mais me chamou atenção nestas casas é que em todas elas sempre há um poema, uma poesia escrita em destaque na porta de entrada.
Neste dia ainda teria que visitar a cidade de Viña del Mar antes de voltar para Santiago. Com o dever cumprido em Valpa, que era visitar a casa do poeta, peguei um ônibus e em menos de quinze minutos já podia sentir um ar diferente. O relógio marcava quase uma da tarde quando cheguei a Viña del Mar.
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